A violência voltou a crescer em todo o Estado pelo segundo trimestre seguido. Os casos de assassinatos subiram 11% em relação ao mesmo período do ano passado --um aumento que não ocorria desde 1998. O total de roubos bateu mais um recorde histórico. Também ocorreram mais casos de estupro e latrocínios (roubo seguido de morte).
Ao todo, de abril a junho deste ano, foram 1.168 homicídios (a Secretaria de Estado da Segurança Pública não divulgou o total de vítimas, apenas de casos) e 68.524 registros de roubo --até então, o recorde era de 65.635 no primeiro trimestre deste ano.
Os dados foram divulgados ontem pelo delegado-geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto. Ele, porém, afirmou que o crescimento da violência no Estado, em números absolutos, é "insignificante". "Embora tenha havido um aumento em relação ao segundo trimestre de 2008 já registramos uma queda em junho. Vamos trabalhar para manter essa inversão." Segundo ele, em maio foram registrados 427 homicídios em todo o Estado, enquanto que em junho, foram 327. Uma redução de 23,4%.
"O crime de homicídio em São Paulo está controlado. O que temos que combater é o crime contra o patrimônio, principalmente o roubo", disse o delegado-geral. Os casos de roubo tiveram queda de apenas 1,25% de maio para junho deste ano.
O delegado ainda lembrou que, em 2000, ocorriam, em média, 15 assassinatos por dia na capital paulista. Agora, são 3,5. Mas uma alta superior a 11% nos casos de homicídio não ocorria desde 1998. Naquele ano houve aumento de 19% nos assassinatos na comparação com igual período de 2007.
Apesar de ter aumentado em relação ao mesmo período do ano passado, os latrocínios sofreram uma queda em comparação com o primeiro trimestre deste ano. Foram de 94 para 78, segundo os dados. Após registrar um maior número de estupros em quatro trimestres consecutivos, neste houve uma ligeira queda em relação ao anterior. Foi de 1.055 para 948.
De acordo com Domingos Neto, o governo tem atuado em três frentes para reduzir a criminalidade: aproximação da polícia da comunidade, aumento da quantidade de prisões e investindo em tecnologia da informação. Ontem, a Segurança Pública não havia divulgado os dados detalhados do trimestre. Segundo a pasta, isso deve ocorrer na segunda-feira.
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