São Sebastião – Após mais de seis meses da execução, o assassinato de Lourenço Santos Arruda, 48 anos, auxiliar de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) do município ainda intriga a Polícia Civil. Segundo a corporação, um dos problemas apresentados no caso é a falta de testemunhas e pessoas que reconheçam os suspeitos.
De acordo com o delegado seccional do Litoral Norte, Mucio Alvarenga, as testemunhas são fundamentais para confirmar as suspeitas dos investigadores. “Sabemos que tinham pessoas que viram as cenas do assassinato. Foram muitos disparos, quem não iria escutar? Mas existem muitas pessoas que escondem ou tem medo”, diz.
Para o delegado, os responsáveis pela morte foram duas pessoas ligadas ao tráfico de entorpecentes no bairro da Topolândia, na região central, onde o auxiliar de necropsia residia há mais de 20 anos. Essa linha de investigação também faz cair a hipótese de que uma suposta máfia das funerárias atuava na cidade, levantada em março do ano passado pela vereadora Solange Ramos (PPS), em uma das sessões da Câmara Municipal.
“O Lourenço era uma pessoa muito conhecida na cidade e não concordava com a atuação de traficantes na Topolândia, principalmente se próximos à sua casa”, comenta.
Ainda segundo Alvarenga, durante as investigações foram utilizadas as filmagens das câmeras de monitoramento do bairro. De acordo com ele, os vídeos ajudaram a cair uma mais uma hipótese. “Quando o caso veio à tona falaram que eram os assassinos estavam dentro de um táxi. Mas com as filmagens foi constatado que os responsáveis pelos disparos estavam em cima de uma moto”, explica.
Segundo o delegado seccional do Litoral Norte outra ferramenta para tentar solucionar o caso será o resultado dos exames de balísticas que estão sendo realizados, além das apreensões de armas com infratores do bairro e de outras regiões de São Sebastião.
De acordo com o responsável pela Polícia Civil na região, foram efetuados 15 disparos em diversas partes do corpo como tórax, nuca, cabeça, braços e costas, e boa parte das balas foi recolhida para análise. Agora, o que os investigadores tentam descobrir, segundo ele, é qual arma teria sido utilizada no crime e de quem seria.
Assassinado na madrugada do último dia 25 de janeiro em frente à sua casa, Arruda era funcionário público cedido ao IML e ocupava a função há 12 anos. Na época em que Solange denunciou uma possível máfia das funerárias, seu nome foi colocado como um dos responsáveis por realizar ações irregulares dentro do órgão.
“Eu faço um trabalho social e quando alguém morre as pessoas me procuram. Recentemente houve um caso de um homem que foi esfaqueado no meu bairro. E pude acompanhar a forma como as funerárias agem, é um verdadeiro comércio. Se a pessoa que morreu for rica o corpo é levado para Caraguá, mas se é pobre deixam em São Sebastião, porque é a Prefeitura quem vai pagar”, denunciou a vereadora em sessão realizada em março de 2008.
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