Uma adolescente de 17 anos disse à polícia que matou 30 homens a facadas, nos últimos dois anos, em quatro Estados do Brasil. Ela foi detida na segunda-feira em São José do Rio Preto (483 km de SP) após ser flagrada pela Polícia Militar em uma briga de bar.
A polícia ainda não está convicta de que a menina esteja dizendo a verdade. Mas já confirmou que, em pelo menos dois crimes, ambos em Mato Grosso do Sul, há detalhes parecidos entre as informações registradas nos boletins de ocorrência e o depoimento da adolescente.
Segundo o delegado Mauro Truzzi Otero, a menina só deu detalhes de 11 dos 30 homicídios. "Quando ia começar a falar do 12º, disse que estava cansada e parou", conta.
As confissões começaram, diz o delegado, depois que a menina foi transferida da delegacia do bairro Jardim Maria Lúcia para o DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Ela foi detida porque teria jogado uma garrafa na rua, na porta de um bar, no instante em que um carro da polícia estava passado. "Ela mandou os policiais procurarem bandido". Mas, ao chegar na delegacia, começou a falar das mortes.
Apesar dos indícios que a ligam a dois dos crimes, há outros em que a polícia não conseguiu achar as vítimas que ela diz ter matado. "Não quer dizer que não seja verdade. O morto pode constar como desaparecido em qualquer lugar", diz o delegado.
O delegado Otero disse que a menina viajava de cidade em cidade pedindo carona. Ela é do município de Aparecida do Taboado (na divisa entre SP e MS) --cidade onde as mortes batem com a descrição dela. "Não podemos descartar que ela tenha sabido dessas mortes e esteja inventando tudo", disse Otero.
A menina foi levada na noite de anteontem para a cidade natal. A polícia de lá é que fará a investigação das mortes. A jovem continua detida, segundo a polícia.
O pai da jovem, um desempregado de 46 anos, diz que ela é inocente. "Não acredito que minha filha tenha matado. Ela deve estar encobertando as amigas que mexem com droga." Ele disse também que, por influência dessas amizades, a garota não está "certa da cabeça" e que já pensou em interná-la em uma clínica.
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