A bala que matou a estudante Ana Cristina de Macedo, 17 anos, num suposto tiroteio entre três guardas-civis de São Caetano do Sul (ABC) e três suspeitos de um roubo a um carro, na noite do último dia 31, na favela de Heliópolis (zona sul de SP), saiu do revólver calibre 38 usado pelo guarda-civil Vicente Pereira Passos, 45 anos. A arma é da corporação.
É o que diz o laudo de balística, do IC (Instituto de Criminalística), recebido por volta das 17h de ontem pelo delegado Gilmar Pasquini Contrera, do 95º DP (Cohab Heliópolis). "Com a autoria esclarecida, resolvemos 95% da investigação. Já temos o bastante para a finalização do inquérito", diz Contrera. De acordo com ele, Passos será indiciado por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) até, no máximo, amanhã.
Em depoimento à polícia, o guarda afirmou que atirou contra os ladrões em confronto. A Prefeitura de São Caetano vai abrir uma investigação sobre o caso.
"Ele não teve a intenção de matar. Pretendia acertar o ladrão, mas acabou acertando uma inocente. Não deu só um disparo. Foram três ou quatro. Então, ele será indiciado e vai responder ao processo por ter sido imperito e por ter havido excesso em sua conduta", afirma Contrera. Ele negou ontem que vá pedir a prisão de Passos.
Ao saber do resultado do laudo de balística, a dona de casa Francisca Vera Lucia de Macedo, 42 anos, mãe de Ana Cristina, disse que já esperava por esse resultado.
"Sempre tive a certeza de que quem tirou a vida de minha filha foi um desses bandidos de São Caetano do Sul, que entraram em Heliópolis atirando", afirmou. "Agora, o delegado dizer que não houve intenção de matar é um absurdo. Esse monstro atirou no pescoço da minha menina à queima-roupa", afirmou.
Francisca diz não se conformar com o fato de o guarda-civil Vicente Passos ter confundido sua filha com uma criminosa. "Uma menina tranquila, tímida até demais, não fazia mal ninguém."
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