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terça-feira, 15 de setembro de 2009
MP denuncia 20 traficantes comandados por preso do CDP de Caraguá
O Ministério Público (MP), através de promotores da Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Vale do Paraíba, ofereceu à Justiça de Ubatuba uma denúncia contra 20 pessoas do município com envolvimento no tráfico de drogas.
A acusação, que também teve a participação da Promotoria da cidade, foi feita na última quarta-feira, porém, destaca-se pela confirmação de que um dos comandantes do grupo é um presidiário do Centro de Detenção Provisória (CDP), de Caraguatatuba.
De acordo com a promotora Ana Brasil Rocha, uma das autoras da denúncia, o comandante é Marcos Paulo Custódio Nascimento, que cumpria detenção por tráfico de entorpecentes e, que por telefone, passava ordens aos comparsas que estavam fora da cadeia. “Dentro do CDP, ele [Nascimento] orientava os envolvimentos como comercializar as drogas, em quais pontos da cidade, em qual conta bancária depositar o dinheiro, entre outras tarefas”, detalha. “Tudo isso era feito por telefone sem que ninguém da unidade prisional percebesse”, complementa a promotora.
Ainda segundo Ana, apesar das frequentes suposições sobre crimes envolvendo detentos e pessoas de fora dos presídios e centros de detenção, no Litoral Norte, esse foi o primeiro caso. “Infelizmente, isso é comum no nosso Estado, mas em Caraguatatuba, até então, não sabíamos de nada semelhante, onde o uso de um telefone pudesse movimentar o tráfico de drogas em um município vizinho”, comenta.
E foi o próprio telefone, que abriu caminhos para as investigações da Polícia Civil. De acordo com a promotora, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram o grande esquema do tráfico em Ubatuba. “Antes disso, as apurações sobre a quadrilha envolvida nessa prática de crime eram feitas a partir da busca de pistas sobre o assassinato de um traficante local”, acrescenta. O processo de investigação vinha ocorrendo desde maio.
Com a interceptação, a Polícia conseguiu chegar, além Nascimento, a um outro comandante do grupo: Carlos Henrique Lopes de Oliveira, também conhecido como “Caio” ou “Barrigudo”. Segundo a promotora, ele era diretamente auxiliado pelos irmãos Joel Lopes de Oliveira e João Lopes de Oliveira Filho.
Além disso, outra ferramenta para descobrir a quadrilha foi a execução de um mandado de busca e apreensão no último dia 7 de agosto. Nesta data, a Polícia Civil prendeu o autônomo Santiago Gonçalves, 35 anos, e a dona de casa Edilaine Neves Reis, 38, dentro de uma residência, situada na Rua Petrópolis, no bairro Estufa 2, na região Norte de Ubatuba, considerado o ponto central da quadrilha. Com eles, estavam 18 quilos de cocaína utilizados para consumo próprio e comercialização.
Além disso, também constatou-se que a casa era frequentada pelos irmãos de “Caio” e por traficantes identificados como Silvana Ramos, a “Silvana do Sumidouro”; Manoel Domingues da Costa Junior, o “Juninho Batata” ou “Batatinha”; Carlos Alberto Pereira de Moura, o “Pisão”; Nair Regina Gomes dos Santos Elias, a “Bina” e Josiane Pereira Ramos, que buscavam a droga para revendê-la em suas “biqueiras”. O autônomo e a dona de casa eram considerados apenas vigias. Na época, outra grande quantidade de cocaína e crack foi apreendida com Jefferson Chagas Cabral, o “Morango”, que também guardava material utilizado no embalo da droga e uma agenda de anotações do tráfico.
Todos foram denunciados pelo Ministério Público. A denúncia incluiu outros sete traficantes identificados: Camila Roseno Valdino, Marcos Paulo Custódio do Nascimento, Edilson Benedito da Silva, o “Grude”, Amorabi Manoel Soares, o “Barbeiro”, Josiane Pereira Ramos e Alex de Pinho, associados diretamente com “Caio” para a prática do tráfico de drogas. Eles foram denunciados por tráfico, associação para o tráfico ou posse ilegal de arma e tiveram a prisão preventiva decretada. A maior parte já estava presa por força de prisão temporária e apenas três estão foragidos: Alex Pinho, Camila e Josiane.
A Justiça também acolheu representação do MP e determinou o bloqueio de 10 contas bancárias utilizadas pelos traficantes. Além disso, a Justiça decretou a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos irmãos Carlos Henrique, Joel e João Lopes de Oliveira, que apresentam significante crescimento patrimonial, obtido provavelmente com o dinheiro do tráfico.
Facção criminosa
A promotora ainda revela que uma parte da quadrilha integrava uma facção criminosa, que atua dentro e fora dos presídios do Estado.
Nascimento, por exemplo, detento do CDP de Caraguá, era considerado um dos mais fortes do grupo no Litoral Norte. “Ele é um ‘piloto’ que ordena o que deve e o que não deve ser feito. Também fica responsável por julgar bandidos que fazem ações que não estão adequadas à facção”, descreve. Outro com participação comprovada na facção é “Caio”, que fazia trabalho semelhante, no entanto, fora das celas. O envolvimento do restante das pessoas denunciadas ainda está sendo investigado.
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Foto cedida pelo Tenente Monteiro, feita em uma de suas ocorrências.
ResponderExcluirTodo mundo, e digo todo mundo mmo, me refiro aos nossos políticos q sabiam q o CDP ia trazer esse tipo d coisa p nossa cidade, e daqui p frente só vai piorar.
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