sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Policiais são suspeitos de desviar veículos

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga a participação de policiais da Grande São Paulo num esquema internacional para liberar irregularmente caminhões supostamente roubados e recuperados pela polícia. A suspeita é que o golpe tenha atingido ao menos 300 veículos em São Paulo, Minas Gerais e Goiás em quatro anos.

Em alguns casos, os criminosos registravam um falso roubo do caminhão na polícia e, quando um veículo verdadeiramente roubado, com as mesmas características, era recuperado, policiais civis recebiam R$ 35 mil para repassá-lo aos criminosos.

Em único distrito policial, o central de Itaquaquecetuba (Grande SP), a corregedoria apura a liberação suspeita de cerca de 80 caminhões por uma única equipe de policiais, desde o início de 2008, autorizadas pelo delegado Benignes Silva Júnior. Mesmo trabalhando só à noite, ele e seus subordinados chegaram a liberar três caminhões num único plantão de 12 horas. A corregedoria já pediu o afastamento dele do cargo.

Foi feito o cruzamento de dados das polícias Federal e Civil. Há suspeita de que caminhões roubados no Paraguai sejam "esquentados" em São Paulo, Minas e Goiás, na contramão do que se conhece nesse tipo de crime: veículos roubados no Brasil são "esquentados" no país vizinho.

Segundo a polícia, a investigação teve início há quatro anos, quando uma vítima procurou uma delegacia para relatar que um veículo furtado anos antes passou a constar no cadastro da polícia como sendo recuperado, sem que ela nunca tenha sido informada. A corregedoria encontrou os casos suspeitos na região de Mogi das Cruzes (Grande SP). O delegado seccional de Mogi das Cruzes, João Roque Américo, confirmou existir investigação, que foi transferida ontem para a Corregedoria Geral de São Paulo. O delegado seccional de Barretos (424 km de SP), João Osinski Júnior, disse também ter iniciado uma investigação há mais de quatro anos e que está prestes a prender os principais integrantes da quadrilha.

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