Policiais federais que fingiam ser um pedófilo ingressaram em uma rede que explorava imagens pornográficas de crianças e adolescentes e descobriram um grupo com ramificações em 24 países.
Dos 71 suspeitos identificados, sete foram presos ontem na Operação Laio --seis em São Paulo e um em Minas.
O grupo armazenava os arquivos em computadores e trocava, pela internet, fotos e vídeos de crianças e jovens nus. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. A operação se estendeu para Rio, Ceará e Distrito Federal.
A investigação começou há um ano, com a prisão de um empresário que vivia na região de Campinas (93 km de SP). Com ele, foi apreendido um computador que tinha cem gigabytes de imagens pornográficas de crianças e jovens (uma imagem com ótima definição tem ao menos 5 MB; em 100 GB cabem 20 mil imagens com esse tamanho).
Para identificar os integrantes da rede, segundo o delegado Jessé Coelho de Almeida, os agentes fingiram ser o empresário detido, usando os dados do computador dele para se comunicar com o grupo. Essa foi a primeira vez que a PF usou esse artifício para achar pedófilos. Do grupo, 11 pessoas vivem no Brasil. As outras 60, em 23 países, entre eles França, Inglaterra, EUA, China, Austrália e Colômbia.
Como não havia mandado de prisão, só suspeitos pegos em flagrante foram detidos no Brasil. Houve prisões no exterior, mas a PF não informou quantas nem em quais países. O caso que mais chamou a atenção da polícia foi um vídeo em que uma criança cega é explorada sexualmente.
Não há perfil específico dos pedófilos do grupo, diz a PF. O empresário de Campinas, por exemplo, tem mais de 40 anos, é solteiro e vive com a mãe. Mas, entre os presos ontem, a maioria é jovem e desempregada ou estudante. Segundo o delegado, os presos tinham "desculpas esdrúxulas", e um deles disse que armazenava imagens para denunciar a pedofilia. No Brasil, 70 policiais participaram da ação. No exterior, houve apoio das polícias locais.
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