Dois homens acusados de roubo tiveram uma de suas mãos cortadas por um tribunal islâmico somali nessa quarta-feira. Um homem acusado de estupro foi açoitado, disseram funcionários e testemunhas.
Uma testemunha disse que homens mascarados cortaram as mãos com grandes facas numa mesa de madeira. Os dois foram posteriormente levados ao hospital por funcionários da saúde, informaram as testemunhas, que negaram-se a fornecer seus nomes por medo de represálias. Um adolescente recebeu 100 chibatadas após ser acusado de estupro, disseram as testemunhas.
O porta-voz da milícia Al-Shabab, xeque Ali Mohamud Rage, disse que os três homens admitiram os crimes cometidos.
O xeque Abdibasit Mohamed, um juiz islâmico do norte de Mogadiscio, pronunciou as sentenças em frente a um grupo de cerca de 100 moradores.
Quatro homens tiveram suas mãos amputadas em junho depois de serem acusados de roubo. A Anistia Internacional informou que em outubro de 2008 uma menina de 13 anos foi apedrejada em público até a morte por 50 milicianos depois de ter sido estuprada por uma gangue.
Os tribunais islâmicos são o local de nascimento da insurgência islâmica da Somália. Inicialmente eles tinham amplo apoio, já que os juízes determinavam duras sentenças para controlar o crime e os assassinatos que atingiam o país desde que ele entrou em guerra civil em 1991.
Mas as amputações e apedrejamentos que têm sido realizados não são punições tradicionais na Somália.
Alguns somalis temem que os tribunais sofram influência de ideologias rígidas, já que muitos combatentes estrangeiros foram para o país para tentar depôr o fraco governo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). As forças desse governo controlam apenas regiões da capital e não conseguem sequer interferir em punições públicas realizadas por tribunais ligados à insurgência.
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