Com a maior taxa de roubo e furto de carros da Grande SP, a cidade de São Caetano do Sul (ABC), estimula com prêmios os agentes da GCM (Guarda Civil Municipal) a prenderem ladrões ou encontrarem veículos roubados. Por outro lado, os guardas que não conseguem bom desempenho são punidos.
A informação é do Singuardas (sindicato da categoria). O presidente da entidade, Nilton Tavera, conta que os guardas são premiados com folgas se cumprem a meta mensal de ROs (um registro que é feito pela GCM sobre cada ocorrência policial em que os guardas se envolvem) ou consigam destaque com a captura de ladrões de carros.
Os GCMs que se envolveram na morte da jovem Ana Cristina de Macedo, 17 anos, de Heliópolis (zona sul de SP), são de São Caetano do Sul.
O guarda que não atinge a meta é transferido de posto, diz Tavera. Sai dos carros da GCM para fazer a segurança de bases fixas ou prédio públicos.
A folga é desejada pelos guardas, segundo Tavera, porque significa um dia a mais de trabalho no bico --que, diz ele, é mais lucrativo que a guarda (o salário base é de R$ 281, mas com as gratificações chega a R$ 1.100).
Entretanto, as metas de ROs só são válidas para guardas que trabalham no carros. Os agentes que ficam em bases não têm metas --e nem o direito à folga extra.
O sindicalista diz que a guarda tem autorização para perseguir ladrões mesmo fora dos limites da cidade. Se a ocorrência é concluída com sucesso, ela é somada à lista de ROs do mês.
Um guarda, que pediu para não ser identificado, disse que trabalhou no patrulhamento de rua por dez anos, mas há três está em uma base fixa. Disse que isso ocorreu por não concordar com o esquema de metas e folgas.
"A meta é dois ROs por dia, ou 30 por mês [contando que a escala de trabalho dos agentes é um dia de descanso e um dia de folga]. Se atinge os 30, você ganha uma folga", disse o guarda-civil.
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